segunda-feira, 4 de junho de 2012

Internet já chega a 57% dos lares portugueses

Há cada vez mais lares portugueses com acesso à Internet. De acordo com um novo estudo do Observatório da Comunicação (OberCom), a percentagem de agregados domésticos com ligação à rede passou de 51,2% em 2010 para 57% no final do ano passado, registando um crescimento de 5,8 pontos percentuais.
Segundo a mesma fonte, a casa continua a ser o principal ponto de acesso à Internet para os portugueses, sendo a navegação feita sobretudo a partir de ligações de banda larga, por cabo (38,6%) ou ADSL (29,7%). A fibra ótica apresenta ainda "uma penetração residual" (7,7%), afirmam os responsáveis pela análise.
O acesso móvel, por outro lado, continua a ter também uma presença tímida entre os hábitos de utilização da rede por parte dos internautas nacionais. A banda larga móvel é a única que "atinge percentagens significativas (25,4% dos inquiridos), lê-se no documento.
Tablet e smartphone continuam a ser "acessos percentualmente residuais em Portugal", afirmam os analistas, sem mencionar os valores em causa. O preço, custos do acesso, o tipo de conhecimentos necessários à utilização destes equipamentos são algumas das razões apontadas para a fraca penetração registada.
O relatório, denominado A Internet em Portugal 2012, é elaborado com base em valores recolhidos em dezembro de 2011, no âmbito do Inquérito Sociedade em Rede, e apresenta-se como "um primeiro esforço do OberCom na exploração daquilo que é a relação dos portugueses com a Internet", esclarece o Observatório.
Assim, os responsáveis afirmam que os portugueses obedecem ainda a uma "lógica conservadora, seguindo uma cronologia histórica de adoção" no que respeita aos equipamentos que têm em casa: 99% possuem televisão, 88,5% têm telemóvel, 72,7% contam com um rádio e 61,3% com telefone fixo. A Internet (fixa) surge em quinto na lista, estando presente em 57,2% das casas dos inquiridos.
Os últimos dados revelados anível europeu, divulgados no final de maio pelo Interactive Advertising Bureau (IAB), colocavam a percentagem de cidadãos com acesso à Internet nos 65%, pelo que Portugal estará, ainda assim, abaixo da média europeia.

Joana M. Fernandes

terça-feira, 24 de abril de 2012

Pensar na Noticia: R.I.P Miguel Portas

Pensar na Noticia: R.I.P Miguel Portas: Morreu hoje, cerca das 18h, em Antuérpia, na Bélgica, o eurodeputado Miguel Portas. O fundador do Bloco de Esquerda não resistiu ao cancro....

R.I.P Miguel Portas

Morreu hoje, cerca das 18h, em Antuérpia, na Bélgica, o eurodeputado Miguel Portas. O fundador do Bloco de Esquerda não resistiu ao cancro. A sua vida dividiu-se entre o jornalismo e a poltica. Fazia 54 anos na próxima semana.
Nasceu a 1 de maio de 1958, filho da economista Helena Sacadura Cabral e do arquiteto Nuno Portas. Irmão do ministro dos Negócios Estrangeiros e presidente do CDS/PP, Paulo Portas, Miguel Portas era eurodeputado pelo Bloco de Esquerda desde 2004.
Licenciou-se em Economia no ISEG, mas nunca exerceu: "Para não prejudicar o país", ironizava. Foi como político que se notabilizou, mas era jornalista que se continuava a considerar: "A minha profissão é jornalista. A minha comissão de serviço é na política", explicava ao Expresso, numa entrevista de vida que deu em julho de 2011.
Entrou no meio jornalístico nos anos 80, como editor da revista cultural "Contraste", ao mesmo tempo que era revisor de provas na Heska, a tipografia que imprimia o "Diário". Com o fim da "Contraste", ingressou no Expresso; entregou a carteira profissional para ser assessor político de Jorge Sampaio na Câmara de Lisboa. Ainda voltaria ao Expresso, mas saiu de vez em para fundar o "Já" - em 1995 -, um projeto entre revista e jornal que não dura mais do que um ano.
"Habituado a dizer não"
A política foi uma constante na sua vida desde muito jovem. Começou por integrar a União de Estudantes Comunistas, em 1973. Um ano depois já fazia parte do Comité Central do PCP. "Sou de esquerda porque a minha mãe me proibia de deixar comida no prato, porque tinha de dar aos pobres a melhor prenda que recebia no Natal. Fui habituado à renúncia. E também sou de esquerda porque fui sempre um filho difícil, habituado a dizer não. O meu processo de afirmação foi contra".
Católico praticante enquanto adolescente, explicava: "A convicção que tinha acabou por ser transportada para o comunismo. Porque o comunismo não é mais do que uma religião laica. Quando aderi ao PC transferi de Deus para o homem a mesmíssima crença e a mesmíssima promessa". Num balanço tanto quanto possível frio desses 18 anos, dizia: "Fui um bom militante. E acho que fui quase tão complicado para o partido como fui para a minha mãe".
Saiu pouco depois da queda do Muro (1989). Com outros ex-militantes comunistas, fundou a Plataforma de Esquerda e o movimento Política XXI antes de, em 1999, se juntar a Francisco Louçã (PSR), Luís Fazenda (UDP) e Fernando Rosas (MRPP) para fundarem o Bloco de Esquerda. O objetivo era "mudar as coisas no sentido de uma esquerda que não seja nem a do PCP nem a do PS". Desde 2004 que representava o Bloco no Parlamento Europeu. E não escondia a desilusão com o rumo da Europa: "Eu, que sempre fui convictamente europeísta, sou hoje muito mais cético do que quando entrei no PE".
Ativista até ao fim
Depois das eleições de junho de 2011, que ditaram a derrota do Governo de Sócrates e a queda do BE (dos históricos 9,8% /16 deputados obtidos dois anos antes, para 5,1% /8 deputados), anunciou a sua saída da Comissão Política do partido. Explicou por escrito o porquê: "A expressividade da derrota coloca, queira-se ou não, um problema de credibilidade à atual direção que é, embora com renovações significativas, a da fundação. Assumir que existe um problema de refresh na direção bloquista não é pecado". É sua profunda convicção que os quatro fundadores do BE têm de sair, no máximo daí a "um ano e meio, dois anos". Porque, defende, "os velhos devem ter o cuidado de não querer titular um processo de geração".
Ativista até ao fim, um dos seus últimos posts no Facebook, na quinta-feira 19, é sobre o cerco policial à antiga escola básica da Pontinha, no Porto: "A Es.col.A da Fontinha, que tem um trabalho mais do que meritório com a população do bairro, está a ser despejada à bruta por uma cruzada de políticos idiotas. Que todas as boas vontades se juntem contra a estupidez. Já".
Desde o verão de 2010 que sabia ter um cancro no pulmão. O que, assegurava, não lhe trouxe grandes mudanças, apenas uma consciência mais aguda da "precaridade da vida". O seu objetivo de vida, "modestíssimo", continuava a ser o mesmo de antes da doença:
"Quero poder olhar para trás e dizer: terei feito algumas asneiras, mas no conjunto posso partir, lá para onde for, com tranquilidade".
P.S. Aqui fica uma pequena homenágem.

domingo, 15 de abril de 2012

Caso Camarate

O acidente de Camarate, também conhecido como Caso Camarate foi um acidente aéreo ocorrido a 4 de Dezembro de 1980, no qual a queda de um Cessna sobre o bairro lisboeta de Camarate vitimou o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro e o ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa, outros dois passageiros e os dois pilotos do avião, além de uma pessoa que se encontrava em terra.
O caso começou a ser investigado no próprio dia do acidente, tendo prescrito, de forma inconclusiva, em Setembro de 2006. Em Novembro do mesmo ano um antigo segurança declarou em entrevista ter colocado um engenho explosivo da sua autoria a bordo da aeronave, embora a intenção fosse somente a de assustar os ocupantes. O engenho teria sido posteriormente alterado por forma a fazer explodir o avião.
Uma vez que o caso havia prescrito, apesar destas declarações, o segurança não pôde ser julgado.

Vejam e comentem:
http://youtu.be/c6M_6qOz-yw

sábado, 17 de março de 2012

Civismo...

O civismo ou a falta dele, tem sido muito falado e ao mesmo tempo esquecido pela sociedade actual.
Cada vez as pessoas perdem a noção do que é o civismo, do que este implica, e do papel de cada um num mundo melhor.
Aqui ficam algumas ideias para reflectir sobre o civismo…
O termo civismo refere-se a atitudes e comportamentos que no dia-a-dia manifestam os cidadãos
na defesa de certos valores e práticas assumidas como fundamentais para a vida colectiva, visando a preservar a sua harmonia e melhorar o bem-estar de todos.
A doutrina cívica da sociedade percorre caminhos seguros. Civismo consiste em uma atitude activa, consciente e construtiva do cidadão no seio da comunidade.
Esse civismo real que vincula material e espiritualmente o cidadão à Pátria, conduz o cidadão de hoje inevitavelmente um compromisso maior com o Estado de Direito Democrático.
Construir sobre a pedra bruta, uma nação fundamentada na justiça, patriotismo, verdade, justiça harmonia, sempre foi o objectivo do cidadão, seja operativo ou na faze especulativa.
Na verdade o mundo interior e exterior estão intimamente ligados.
A pedra talhada, trabalhada que vai erigir nosso mundo interior, será reflectida no nosso mundo exterior, por isso nossa cruzada em busca da pedra angular.
Não obstante o tema deste trabalho não deve em hipótese alguma ser resumido no civismo litúrgico, estanque e inerte, onde todos se preparam para o hino brasileiro, conhecimento dos símbolos pátrios, ter postura adequada em certas solenidades. O cerne do civismo transcende tais acções, pois tais actos podem de uma forma ou de outra no depender histórico assumir uma posição fascista ou faustosa. A conduta ilibada perante a sociedade, a conduta esclarecida, o desempenho no cumprimento dos deveres e o equilíbrio na obtenção dos seus direitos.
Num real Estado Democrático de Direito, o Estado deve servir a o cidadão, contudo, a contrapartida de tal fato deve ser o exercício do civismo, pois o Estado nasce do povo para o povo, no seio deste, num real civismo consciente e esclarecido. Civismo é um conceito fundamental para uma sociedade democrática, isto é, uma sociedade que garante os direitos fundamentais dos cidadãos, como a liberdade e a igualdade, mas também necessita da participação activa dos mesmos.
Tal instituto, o trabalhado aqui, o civismo, é também acção norteada por princípios que livremente o individuo escolheu para se relacionar com os outros.
Essa atitude bem esclarecida é factor exógeno, pois é trazido em um conjunto de regras de um Estado, que é anterior a todos, Tem memórias, valores e heranças patrimoniais que importam preservar, sob pena de perderem aquilo que as diferencia e individualiza como tais. O civismo é em última instância uma atitude de defesa do próprio estado e da cultura que a mesma possui.
Claro que em tempos tão sombrios, o verdadeiro cidadão deve ficar afastado das mazelas profanas e principalmente da mentira. A mentira sempre foi à base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada. Está havendo uma desmoralização do pensamento. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido.
A ampliação da cidadania quantitativa e qualitativamente é indispensável a todo cidadão que antes de sê-lo, deve se tomar como um construtor de cidadania.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Crise...

Com o passar dos anos desde o 25 de Abril de 1974, os sucessivos Governos traçaram um rumo para Portugal que nos levou a um abismo sem fundo, do qual seria impossível sairmos sem sofrer consequências profundas.O constante desperdício dos recursos disponíveis, nas mais variadas áreas e projectos tinha de ter inevitavelmente consequências devastadoras mais tarde ou mais cedo.Este caminho de endividamento sem fim, foi agravado sem dúvida com a grande crise que se iniciou em 2008 nos EUA, a famosa bolha, mas na realidade talvez tenha sido a única forma para realmente o Governo perceber que era necessário traçar outro rumo para que a administração pública corresponda às expectativas do Cidadão e acima de tudo se torne sustentável.Recorrer à ajuda internacional foi a forma encontrada para evitar que Portugal fosse simplesmente sair do Euro, ou ficar isolado sem possibilidade de obter crédito ou manter a funcionar a sua Administração Pública.Esta ajuda no entanto tem um preço a pagar por todos, precisamente a austeridade de que tanto se fala em todo o lado, e associado a isso o "aperto do cinto".Pessoalmente acredito que é necessário tomar medidas profundas, mas principalmente implementar estas medidas de uma forma equitativa, eficiente e eficaz, continuar como se estava já não era mais viável. Era necessário mudar de rumo.Não é fácil agradar a todos, mas espero que quem Governa consiga ir no caminho da austeridade justa, sem interesses privados acima de Portugal.Talvez esteja a haver um exagero em determinadas medidas, mas o receio de que tudo volte ao que era obriga a ir mais além.A recessão é uma consequência sem dúvida inevitável do aumento da carga de impostos, do "apertar do sinto", e de outras tantas medidas, mas é urgente pensar em motivar a economia nacional.